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A depressão é a doença mais incapacitante de todas.
Como pode a psicoterapia corporal ajudar?

Não é uma conclusão particularmente recente mas cada vez mais organizações e entidades concordam e corroboram que a depressão é a doença mais incapacitante de todas. Foi há 6 anos, em 2017, que a Organização das Nações Unidas concluiu que a “depressão é a principal causa para a incapacidade em todo o mundo, estimando que afeta mais de 300 milhões de pessoas – a maioria delas mulheres, jovens e os mais idosos.” Na altura, o porta-voz da Organização Mundial de Saúde sublinhou que a depressão era resultado de complexas interações de fatores sociais, psicológicos e biológicos. 

Esta frente tridimensional apresenta vários obstáculos à partida, tanto para diagnóstico como para tratamentos efetivos, mas, infelizmente, há mais. Não bastassem estes difíceis desafios, a relação da pessoa, que se encontra com depressão, com a família (e depois a sociedade) é, muitas vezes, contraproducente. Uma das principais razões (e problemáticas) é a abordagem física à saúde, que temos como modelo na medicina ocidental. Ao passo que é normal e óbvio preocuparmo-nos com alguém que parta uma perna, dando-lhe assistência sempre que necessário, já a mesma postura tarda em verificar-se quando o problema ‘não se vê’. 

Isto configura uma complicação agravada pois implica mudar a forma como encaramos a nossa saúde e o nosso corpo, mente e cérebro – sem uma abordagem holística jamais será possível ajudar uma pessoa com depressão. Nesse sentido, têm sido feitos esforços e apelos por organizações competentes em mudar o paradigma, reforçando a ideia de que sem saúde mental não há saúde. Desde decisores políticos a académicos e investigadores, passando pelos familiares e pelo próprio que vive a doença, há que mudar a forma como se encara a saúde e a saúde mental, em geral, para depois melhorar, em específico, o olhar sobre a depressão.

Os problemas supramencionados, em muitos casos, fazem com que a pessoa com depressão acabe, devido a esta falta de entendimento, por se isolar, tanto dos mais próximos, como de amigos e de outras relações sociais. Sozinha, a pessoa sente-se incompreendida e carregada tanto pela doença como pelo estigma, o que torna o quadro ainda mais grave. A falta de literacia dos mais próximos também piora a situação, com a comunicação a variar entre a desvalorização ou soluções infundadas – o que muitas vezes impede o progresso e melhoria da pessoa doente. 

O papel da psicoterapia corporal  

Portugal está, segundo dados do Institute for Health Metrics and Evaluation e num relatório publicado pela Wise Voter, em terceiro lugar nos países com maior taxa de pessoas depressivas, com 5,88% sobre o total da população. Isto significa que há muitas pessoas para e por ajudar no nosso país.

Entre as práticas alimentares, sociais e relacionais que ajudam a tratar a depressão, há um tronco comum óbvio recomendado pelos especialistas: comer de forma saudável, fazer algum tipo de exercício, estar exposto ao sol, estar rodeado das pessoas mais importantes. A partir daqui, poderá haver diferentes abordagens. No caso da psicoterapia corporal integrativa a pessoa com depressão é vista de uma forma holística onde diversos fatores/variáveis são enquadrados, olhados, aprofundados, acolhidos. 

A depressão apresenta-se como uma doença multifatorial e a psicoterapia corporal integrativa intervém a partir desta realidade. Diferentes sintomas, diferentes pessoas, diferentes contextos de vida social e familiar, diferentes idades – tudo numa dinâmica corpo e mente. Um canal bidirecional, uma vida experienciada nessa dinâmica, nunca esquecendo o registo histórico e a possível influência genética de depressão.

Cuidar da pessoa com depressão a partir da abordagem da psicoterapia corporal integrativa é dar espaço ao movimento interno das vivências que levaram à situação atual. É mais do que a palavra verbal ou o movimento não-verbal – é o movimento sentido, reprimido, congelado ou engolido. Resgatar recursos internos a partir do conhecimento profundo da dinâmica corpomente em relação é o trabalho desenvolvido no Instituto Português de Psicoterapia Corporal, promovendo formação adequada a profissionais que desejam aprofundar a sua perspetiva da vida emocional registada no corpo. 

Se é profissional de saúde/terapeuta o nosso curso de Iniciação à Psicoterapia Corporal Biodinâmica é uma ‘porta de entrada’ para conhecer esta forma de intervir. 

Se se identificou com os sintomas e experiências descritas acima talvez seja o momento de procurar ajuda profissional.