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PSICOTERAPIA
CORPORAL

A Psicoterapia Corporal é um ramo distinto de psicoterapia que engloba actualmente uma longa história, e um número considerável de referências científicas, literatura e conhecimento.

O ensino da

Psicoterapia Corporal

em Portugal

Actualmente já existem em Portugal mestrados e doutoramentos que utilizaram investigação em Psicoterapia Corporal. A Associação dos Estados Unidos de Psicoterapia Corporal (United States Association for Body Psychotherapy, USABP) e a Associação Europeia de Psicoterapia Corporal são responsáveis por um notável contributo nos estudos científicos e a sua divulgação no âmbito desta modalidade terapêutica.

A Psicoterapia Corporal apresenta uma teoria do funcionamento mente-corpo tendo em consideração a complexidade das intersecções e interacções entre o corpo e a mente, mas também a influência do meio no sujeito. Segundo a Associação Europeia de Psicoterapia Corporal (European Association for Body Psychotherapy, EABP) o pressuposto subjacente nessa interacção é o de que o corpo não significa apenas a ‘soma’ e que este é separado da mente a ‘psique’, mas o corpo é a pessoa inteira e há uma unidade funcional entre a mente e o corpo.

O corpo é a pessoa inteira e

há uma unidade funcional

entre a mente e o corpo

Enquadramento científico da

Psicoterapia Corporal

O corpo reflecte as vivências do indivíduo desde o seu início de vida “todas as pessoas, desde a concepção, surgem em um ethos de significados se são materna, família, ou significados culturais. O corpo e os aspectos subjetivos da personalidade co-emergem, co-constroem-se e condicionam-se um ao outro, dentro de um organismo que é unitário” (Broom, Booth e Schubert, 2012).

O corpo reflecte as vivências do indivíduo desde o seu início de vida “todas as pessoas, desde a concepção, surgem em um ethos de significados se são materna, família, ou significados culturais. O corpo e os aspectos subjetivos da personalidade co-emergem, co-constroem-se e condicionam-se um ao outro, dentro de um organismo que é unitário” (Broom, Booth e Schubert, 2012).

Broom, Booth e Schubert (2012) referem que todos os fenómenos subjectivos, sejam eles sentimentos, emoções, pensamentos, imagens, ou histórias de problemas pessoais carregados de simbolismo (talvez mais tarde se manifestam distúrbios como simbólicos), têm raízes profundas remonta aos primórdios da pessoa, e co-emergente com o corpo.

A psicoterapia corporal como método de intervenção reconhece a continuidade e as conexões profundas nos processos mente-corpo e na sua contribuição para a organização da pessoa não existindo nenhuma relação hierárquica entre mente e corpo, psíque e soma, ambos apresentam-se em funcionamento num processo interactivo do todo considerando os aspectos intra-psíquicos, intersubjectivos e o modo como estes se organizam na totalidade corpo-mente enquanto matriz da singularidade de cada pessoa.

Em 2009, Röhricht fez uma revisão de literatura com o objetivo de sumarizar o “estado da arte” no campo da psicoterapia corporal. Neste artigo, o autor afirma que os estudos empíricos existentes apontam para uma boa eficácia desta modalidade terapêutica, mencionando diversas pesquisas relevantes, oriundas de diferentes áreas do conhecimento (Barreiros, 2012).

Tal como nas outras abordagens de psicoterapia também em psicoterapia corporal existe uma grande variedade de técnicas de diagnóstico e de intervenção, algumas das técnicas envolvem toque, movimento e respiração. “Uma primeira maneira de caracterizar a psicoterapia corporal é associá-la a todas as formas de psicoterapias que utilizam técnicas físicas explícitas para fortalecer o diálogo entre paciente e psicoterapeuta” (Heller, 2008).

Segundo Heller (2008) na maioria das psicoterapias corporais o corpo é considerado como uma ferramenta de comunicação e auto-exploração tão complexa e rica como a comunicação verbal: o corpo não é mais visto como um objecto para a percepção consciente, mas como uma dimensão dessa percepção. Assim, as diferentes técnicas de psicoterapia corporal fomentam as manifestações psíquicas e emocionais a partir do corpo como ferramenta terapêutica numa visão global do indivíduo, na qual as suas manifestações são compreendidas de forma integrada e trabalhadas na relação terapêutica a partir das interacções verbais e não verbais.

Steckler e Young, 2009 referem que a particularidade da psicoterapia corporal, é o facto de utilizar intervenções somáticas, tais como trabalhos com o toque, a postura, a respiração e uma série de actividades que envolvem movimento e contacto físico para promover a auto consciencialização e ajudar os pacientes na expressão dos seus afectos e da sua subjectividade.

Segundo a EABP, algumas metodologias, em psicoterapia corporal, submetidas e aceites no processo de validação científica foram: Hakomi, Psicologia Biodinâmica, Bodinamics, Psicoterapia Unitiva, ReIntegração Emocional, Vegetoterapia Caracter Analitica e a Psicoterapia Postural Integrativa. Num processo de aceitação independente mas similar foram ainda aceites pela EWOC Biossintesis, Analise Bioenergética, Psico-Organic Analise e Concentrative Movement Psychotherapy.

Bibliografia

  • Barreiros, A. K. (2012). Eventos Significativos e psicoterapia Corporal: a perspectiva do cliente. ISPA – Instituto Universitário. Retrieved from http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/2330/1/18326.pdf
  • Broom, B. C., Booth, R. J., & Schubert, C. (2012). Symbolic diseases and “mindbody” co-emergence. A challenge for psychoneuroimmunology. Explore (New York, N.Y.), 8(1), 16–25. doi:10.1016/j.explore.2011.10.005
  • European Association for Body Psychotherapy (2014). EABP. Obtido em Maio de 2014, de EABP: http://www.eabp.org/about-scientific-validity.php
  • Heller, M. (2008). Psychothérapies corporelles – Fondements et méthodes. Bruxelles: De Boeck.
  • Heller, M., Marshall, E., Ben-shahar, A. R., Swafford, K., Bader-johansson, C., & Harms, T. (2013). International body psychotherapy journal. Keleman, S. (2012). Forming an emboided life: the difference between being bodied and forming an embodied life. International Body Psychotherapy Journal , 51-56.
  • Keleman, S. (Abril de 2014). Touching and Being Touched: The Hand as a Brain. Obtido em Abril de 2014, de Neuropsychotherapist.com: http://www.neuropsychotherapist.com/wp-content/uploads/2014/01/The-Hand-As-A-Brain.pdf May, J. (2005). Body Psychotherapy Under the Rashomon Gate. The USA Body Psychoterapy Journal, 5-16.
  • Robinson, D. (2011). Touching and Being Touched. Chronic Pain: Assessment, Diagnosis, and …. Retrieved from http://books.google.com/books?hl=en&lr=&id=5kdOxlKk4_UC&oi=fnd&pg=PA209&dq=touching+and+being+touched+: &ots=i3ZXBfwgFv&sig=1sRwWDDXYA258AeKrDW_cyz9cUQ
  • Röhricht, F., Papadopoulos, N., & Priebe, S. (2013). An exploratory randomized controlled trial of body psychotherapy for patients with chronic depression. Journal of Affective Disorders, 151(1), 85–91. doi:10.1016/j.jad.2013.05.056