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O corpo também vivencia a época festiva!

Dezembro é tradicionalmente, na nossa cultura, uma época familiar. Desde o Natal, até ao Dia de Reis e Passagem de Ano, há sempre um pretexto para momentos de reunião familiar, em muitos casos, momentos de prazer, celebração e união, mas que para algumas pessoas representam também momentos de stress e tensão. Podemos observar a agitação dos corpos que se movem com o aproximar das reuniões familiares, e em alguns casos, alguma retração e tensão durante estes dias.

A dinâmica familiar imposta pela quadra natalícia, pelas festividades do final do ano, onde costumes, símbolos, crenças e regras imperam, poderá trazer o dilema: com quem vou passar as datas mais significativas, como me desdobrar ou como conciliar estes momentos de reunião?

Sentimentos de inclusão e de exclusão poderão surgir, sentimentos de gratidão ou de falta dela, memórias de ente queridos que já não estão presentes e onde o lugar na mesa fica vazio ou, necessidade de reajustes familiares motivado por famílias reconstituídas. As narrativas familiares criam laços, aproximam, dão o sentimento de pertença e são sem dúvida importantes. Mas, que sejam narrativas onde a verdade familiar impera. O corpo dos afetos familiares, envolvido em narrativas verdadeiras de passagem de saberes, memórias e costumes, apresentam-se como momentos importantes na continuação da identidade familiar.

A continuidade das histórias familiares, a promoção de momentos de partilha real, de pessoas reais, podem agregar valor numa sociedade onde a tecnologia se infiltra. Esta nova forma de comunicar, tecnologicamente falando, se por um lado aproxima quem está distante, também pode afastar quem está perto dado que pode ocupar um lugar onde quebra, em muitos momentos, as relações de afetividade.

São assim as festividades, também têm uma cor, um cheiro, uma emoção e um sentimento, e tudo isto é vivenciado de forma diferente por cada um, não só no seu pensar e no seu sentir individual, mas também experienciado no corpo. Se para uns impera a fluidez e a harmonia, para outros a contração muscular, as palavras que não se querem dizer e os momentos que não se desejam viver estará presente.

Se esta situação lhe for familiar, se neste período festivo der consigo numa situação em que a tensão no corpo reflete alguma inquietação interna ou tensão familiar, se o seu corpo demonstrar “não quero estar aqui”, ou ‘que stress que sinto’ pode experimentar trabalhar o seu corpo para melhorar o seu estado de espírito. A sugestão é a de ajustar o seu corpo e a sua mente com exercícios simples de respiração e movimento.  Vamos experimentar?

Quando tiver alguns minutos disponíveis, seja antes da chegada de convidados ou durante um breve intervalo, procure um local onde sabe que não vai ser incomodado… pode sempre recorrer ao truque de uma ida à casa de banho! Pronto/a para começar?

  1. Em pé, apenas sinta o seu corpo… Como sente o seu corpo? Sente alguma tensão…? Há alguma parte do corpo mais presente?
  2. Agora, deixe os joelhos ligeiramente fletidos, inspire e expire de forma calma e profunda… – faça três respirações completas;
  3. Ainda com os joelhos fletidos, imagine que é uma ‘marionete’ e movimente o seu corpo de forma descoordenada e o mais fluida possível mantendo a respiração lenta e profunda.
  4. Volte à sua posição normal e faça uma ‘revisão’ do estado de todo o seu corpo. Leve a sua atenção consciente aos seus pés e, vá subindo… pernas… coxas… zonas pélvicas… costas… ombros… pescoço… e cabeça.
  5. Faça uma inspiração vigorosa e na expiração, também vigorosa, imagine-se a libertar alguma tensão que ainda tenha sentido nesse rastreamento que fez ao seu corpo.

E, já está! São apenas alguns minutos que podem fazer a diferença no seu bem-estar. Que esta época seja um momento de boas e preciosas memórias, porque sozinho ou em companhia, tem o direito de se sentir bem e em harmonia interna.