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O regresso à escola e à tentativa de normalidade

O regresso à escola e às creches, depois de quase dois meses, aconteceu nesta segunda-feira. Com uma nova alteração de hábitos e maior contacto presencial, surgem outras emoções e sentimentos, tanto nas crianças como nos pais.

É a tentativa de regresso à normalidade, onde novas regras sociais imperam. Não será a escola do abraço, das brincadeiras e do convívio como as nossas crianças estavam habituadas. Esta informação as crianças e adolescentes já a receberam certamente, o que não sabem é como vão experienciar esta nova realidade. E, esta dúvida já está a começar a surgir nas nossas crianças, onde manifestações físicas e psicológicas se começam a observar.

As crianças estiveram, mais uma vez, privadas dos seus colegas, da sua socialização, de rotinas que lhes davam segurança, onde a escola era parte integrante. Tiveram que se adaptar a uma nova forma de aprender, tal como pais e professores também foram chamados a reajustar a sua forma de ensinar e de estar com as crianças em casa. Regressar ao ambiente escolar é, novamente, um misto de ansiedade pelo desejo de rever colegas, de voltar a rotinas de aprendizagem mas também um momento de medos.

Perante os receios  manifestados pelas crianças, pais e professores deverão estar atentos às manifestações da crianças, pois os seus medos são legítimos.

Como os pais podem ajudar os filhos:

  • Escutar a criança, permitindo-lhe que manifeste a sua opinião perante o regresso à escola.
  • Falar com a criança, adequando à idade da mesma a comunicação e informação, transmitindo segurança perante a nova realidade no regresso à escola.
  • Assegurar-lhes que a escola e os pais estão atentos à situação COVID-19, bem como transmitir aos filhos, de forma clara e com segurança, as recomendações e regras da escola que o seu educando frequenta.
  • Após o regresso à escola, continue atento a manifestações físicas e emocionais do seus filho, caso a criança manifeste sintomas como – dor abdominal, dor de cabeça, dificuldade em adormecer ou agitação noturna, – converse com o professor ou diretor de turma do seu filho, tente perceber o comportamento do seu filho na escola e o que poderá ser alterado. Caso os sintomas persistam peça ajuda profissional. As escolas têm psicólogos que poderão ajudar o seu filho.

A escola tem uma missão importante e relevante na normalização da atual realidade, “a escola tem que recuperar a clareza de valores pré Covid-19 e traduzir de forma coerente – para as crianças – o racional das medidas tomadas e os seus efeitos directos e indirectos para as crianças” (UNICEF, 2020).

comunicação escola-familia e familia-escola, que sempre teve um papel importante no desenvolvimento das nossas crianças, apresenta perante a atualidade um papel ainda mais crucial, onde cada interveniente terá que se reajustar para receber das crianças e os efeitos – diretos e indiretos – do confinamento. O que desejamos é que as nossas escolas e os professores das nossas crianças sejam agentes de mudança nesta nova etapa da vida de todos.