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A angústia perante a alteração de rituais

Os rituais estão presentes ao longo da vida humana, eles são organizadores e estruturantes internos da pessoa na sua realidade social. Perante a morte também o ritual das cerimónias fúnebres e as visitas ao cemitério ou local de homenagem, faz parte de uma manutenção de existência de vida nos familiares, perante a ausência física do familiar ou amigo.

Com o condicionamento imposto pela atual situação pandémica, o facto de haver privação do ritual de visita ao cemitério ou de despedida de um familiar ou amigo que morre, pode esta privação trazer o sentimento de angústia e outros sentimentos que geram desconforto interno onde o corpo poderá apresentar sintomas, como por exemplo, dificuldade de respiração, vertigens… podendo chegar a momentos dissociativos.

A forma como cada pessoa se relaciona com a morte depende da imagem que criou internamente e da cultura envolvente. Perante a privação dos rituais ligados à morte na visita aos cemitérios ou no momento fúnebre existe a necessidade de reflexão e de encontrar estratégias para a ausência desses rituais.

O que se pode fazer para lidar com esta privação de um ritual:

  1. Criar um ritual adaptado ao momento atual: crie o seu espaço interno e externo para acolher memórias e sentimentos que possam surgir.
  2. A respiração é o nosso fio condutor entre a memória e o sentimento. Neste criar espaço interno, passe da memória ao sentimento e volte ao espaço interno através de uma respiração consciente.

Assim possamos ir-nos adaptando às mudanças nesta época Covid-19.